AMANHECER - lIVRO 2 JACOB
Cap. 15 Tique – Taque - Tique – Taque, Tique – Taque, Tique
– Taque.
(...)
- Você está bem? – ela perguntou Fiz que sim, sem saber como sairia minha voz.
Edward desviara o rosto de nós enquanto ouvira meus
pensamentos, mas eu podia ver seu reflexo na parede de vidro. Era de novo o
homem em chamas.
Era estranho como ter um prazo limite tornava mais difícil
pensar em ir embora, ou em vê-la partir. Fique feliz por Seth levantar o
assunto, assim eu sabia que eles iriam permanecer aqui. Seria insuportável
ficar me perguntando se eles iriam embora, roubando um, dois ou três desses
quatro dias. Meus quatro dias.
Também era estranho que, mesmo eu sabendo que estava
acabando, a atração que ela exercia
sobre mim só ficava ainda mais difícil de romper. Parecia quase proporcional à
sua barriga em expansão – como se, ao crescer ela ganhasse força gravitacional.
Por um minuto tentei vê-la de certa distância, me afastar da
atração. Eu sabia que não era minha imaginação o fato de eu precisar dela mais
do nunca. Por que era assim? Porque ela estava morrendo? Ou porque eu sabia
que, mesmo que não morresse, ainda assim – na melhor das hipóteses – ela se
transformaria numa outra coisa que eu não conheceria nem entenderia?
Ela passou o dedo por meu rosto, ele minha pele ficou úmida
onde ela tocou.
- Vai ficar tudo bem
- ela quase cantarolou. Não importava que as palavras nada
significassem. Ela falou como as pessoas que cantarolam aquelas cantigas sem
sentido para ninar crianças. Dorme neném.
- Sei – murmurei.
Ela se aconchegou ao meu abraço, pousando a cabeça em meu
ombro.
- Não pensei que viesse. Seth disse que você veria, e Edward
também, mas não acreditei neles.
- E por que não? – perguntei, de mal humor.
- Você não fica feliz aqui. Mas veio assim mesmo.
- Você me queria aqui.
--Eu sei. Mas não era obrigado a vir, porque não é justo que
eu queira você aqui. Eu teria compreendido.
Fez-se silêncio por um minuto. Edward recompôs o rosto.
Olhava a tevê enquanto Rosalie percorria os canais. Ela já estava nos
seiscentos. Perguntei-me quanto tempo ela ia levar para voltar ao início.
- Obrigada por vir – sussurrou Bella.
- Posso perguntar uma coisa? – eu disse.
- Claro.
(...)
- Por que você me quer aqui? Seth pode mantê-lá aquecida, e
ele é uma companhia mais agradável , aquele bobinho alegre. Mas quando eu passo
pela porta, seu sorriso dá a impressão de que eu sou a pessoa de quem você mais
gosta no mundo.
- Você é uma delas.
- Isso é uma droga, sabia?
- Eu sei. – Ela suspirou. – Desculpe-me.
- Mas por quê? Você não respondeu.
(...)
- Parece... completo com você aqui, Jacob. Como se toda a
minha família estivesse reunida. Quer dizer, acho que é assim mesmo... Eu nunca
tive uma família grande. É bom. – Ela sorriu por meio segundo. – Mas não fica
completo sem você aqui.
- Eu nunca serei parte de sua família, Bella.
Poderia ter sido. Eu teria sido bom nisso. Mas esse era um
futuro distante que morrera muito antes de nascer.
- Você sempre foi parte da minha família – ela discordou.
- Essa resposta não vale.
- E qual é a que vale?
- Que tal: “ Jacob, gosto de ver você sofrer”.
- Você se sentiria melhor? – sussurrou ela.
- Pelo menos seria mais fácil. Eu poderia tentar me
acostumar. Poderia lidar com isso.
Olhei para o rosto dela então – tão perto do meu.. Seus
olhos estavam fechados, e a testa, framnzida.
- Nós perdemos o rumo, Jake. Perdemos o equilíbrio. Você
deveria fazer parte da minha vida... Posso sentir isso, e você também. – Ela
parou por um segundo sem abrir os olhos, como se esperasse qu eu negasse. Como
eu não disse nada, ela continuou: - Mas não desse jeito. Fizemos alguma coisa
errada. Não eu fiz. Eu fiz uma coisa errada e nós perdemos o rumo...
Sua voz falhou, e o rosto, então enrugado, relaxou até se
torna só um repuxado no canto dos lábios. Esperei que ela despejasse mais suco
de limão em meus cortes, mas então um ronco suave saiu do fundo de sua
garganta.
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